Hashtag Economia Comportamental #132
Perdas ganhos e programa social do governo que utilizou Economia Comportamental
#Aterrissaram 🛬
🎉Boas-vindas aos novos inscritos: gufsouza, toninhopietro, diretoria.jn.consulting, amandalimafm, nevescarol71 e santanaveg.
#Editorial
Está pago!
Quantas vezes você já escutou essa frase nas academias e centros de treinamento físico? E quantas outras vezes você leu a mesma frase num stories, reels ou em qualquer outro tipo de postagem nas redes sociais?
Na última semana não consegui publicar a edição semanal da newsletter. Espero que você tenha percebido e sentido falta rrsrsrs.
O motivo de não ter publicado foi que decidi fazer uma mudança de estilo de vida e além de rever a dieta, passei a fazer exercícios. Você já deve ter percebido que não foi uma semana fácil para mim.
A Ciência Comportamental gosta de destacar como recomeços são importantes para formação de hábitos e para nossa motivação. No meu caso, não fosse a limitação amostral, estaria agora escrevendo um artigo baseado na minha experiência, que tenho certeza, colocaria várias aspas nessa história de recomeços como motivação e variável importante para formação de hábitos.
A mudança não foi pequena. Mudei a hora de dormir, a rotina em casa, a alimentação… Mudei também o humor - para pior!
Após o primeiro dia na academia, percebi que diferente do que aparece nas redes sociais, essa história de “TÁ PAGO” não igual para todo mundo. No meu caso específico, o primeiro dia na academia não foi pago à vista. Sem meu consentimento, tive que parcelar o primeiro dia de exercícios em várias parcelas.
Saio da academia no primeiro dia após os exercícios. O carro está estacionado a uns trezentos metros de distância. Passa das sete da manhã, o clima está ameno, faz mais frio que calor. Começo a caminhar até o carro e me sinto levemente tonto. As pernas doem, sinto uma confusão de sensações negativas.
Alguns metros e quase na metade do caminho, caminho com dificuldade e agora percebo uma leve dor na cabeça, a sensação de perda de força nas pernas e mãos. O suor se intensifica e preciso reduzir o ritmo da caminhada.
Chego até o carro muito cansado. Não falta fôlego, parece que algo drenara minhas energias. A minha fatura não estava nem perto de estar paga. Ligo o carro, abro as janelas e tenho dificuldade de pegar o cinto de segurança. As articulações dos braços parecem emperradas, falta força e tenho que fazer um contorcionismo inesperado para afivelar o cinto.
Já em casa, estaciono o carro, o som está desligado. Qualquer barulho passou a incomodar muito, mesmo àqueles mais corriqueiros. Exito em sair do carro, estou fraco, tenho tonteiras e continuo suando em excesso. Permaneço alguns minutos ali parado, criando forças para me levantar.
Abro a porta e saio do carro com dificuldade. Dali até a porta de entrada da minha casa, caminho com dificuldade. Carrego correntes invisíveis nas pernas que dificultam a caminhada. Chego à sala, procuro imediatamente uma cadeira para me sentar. A mesa do café está posta, sirvo um café puro, tomo um gole, respiro e pareço melhor.
Após uma epopeia para chegar ao banheiro, entro no banho e tenho dificuldades para levantar os braços à altura da cabeça. Tudo parece emperrado em meu corpo. Terminado o banho me visto para o trabalho. Agora sinto estar livre das correntes nas pernas, mas algum outro dispositivo parece ter sido instalado e me vejo impedido de esticar as pernas.
Passo a andar curvado e com as pernas dobradas, me sinto muito mais velho do que posso evidenciar com minha idade. Penso quando é que poderei finalmente dizer as palavras mágicas: Tá pago!
O dia segue numa velocidade ainda mais reduzida que minha caminhada. Penso no desperdício que é perceber a passagem do tempo mais lenta, sem ter energia para ser mais produtivo ou sem ter motivação para fazer nada que não seja permanecer em repouso.
Acordo no segundo dia bem-disposto. A noite de sono foi melhor que o habitual. Ao me levantar, quase caio ao chão. As pernas travaram, não consigo esticar os joelhos, sem que faça muita força e sinta uma dor inacreditável…
Estou hoje no décimo primeiro dia. Não faltei nenhum, mas ainda não consigo dizer que esteja pago. O corpo se recusa a dar minha fatura como quitada. Sigo pagando parcelado a conta e com juros elevados.
Espero já descrente pela motivação do recomeço, tão necessária para que o exercício se torne um hábito. Mesmo sem recompensa, sigo firme, mas não esperem stories meus nas redes com a hashtag #tapago.
Quem sabe nas próximas semanas, o preço fique mais baixo a ponto de quitar à vista meus débitos… A ver!
#ToPagando
🗣️Frase da semana
Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem e que amanhã recomeçarei a aprender.
____ Cecília Meireles
#Assista&Reflita
O vídeo é antigo, mas a reflexão é bem atual.
Para sair da zona de conforto e explorar diferentes pontos de vista, fui pesquisar alguns vídeos com temas em áreas diferentes do conhecimento. Neste vídeo a antropóloga Lívia Barbosa faz muitas reflexões interessantes sobre consumo.
O vídeo tem quase dez anos é impressionante como ainda permanece bem atual. Ele também me instigou uma série de inquietações, então resolvi compartilhar aqui com vocês.
Ah, o vídeo é grande, mas nem por isso deixou de ser muito interessante.
PS: reparem como a oratória mudou nestes últimos dez anos. É claro que a oradora tem seu perfil e sua individualidade na comunicação, mas fora isso é notório como a abordagem e a oratória foram transformadas nos últimos anos. Reparem!
🪙Comportamento é dinheiro e poder
O recente endurecimento no tratamento dos EUA para com a rede social TikTok é uma mostra de como comportamento tem estado cada vez mais em evidência. Seja com objetivo de faturar ou de exercer poder sobre o contexto econômico, político ou social, pode não parecer, mas o comportamento está no centro de toda essa disputa.
Quem está desatendo, pode pensar que se trata de dados pessoais dos usuários, mas é importante destacar quais são estes dados. Não se trata de dados pessoais como por costumamos imaginar, sendo e-mails, dados referentes à contatos pessoais ou cadastros nas plataformas.
Os dados em jogo aqui, são as preferências, os gostos, desgostos e tudo mais que se relacionado com o comportamento online dos usuários.
Jeff Bezos já destacou esse tipo de poder vindos da análise da preferência das pessoas, quando em entrevista disse claramente que o algoritmo de recomendação da Amazon, sabe melhor que ninguém aquilo que nos agrada e então sugere comprar praticamente irresistíveis a cada usuário.
Onde isso vai dar é difícil saber, mas o comportamento online talvez seja o novo petróleo.
Será?
💡Perdas, ganhos e experimentos sociais na TV
Se você ainda não está familiarizado com o conceito de dor da perda, vale ler a breve explicação abaixo. Mas se você entende muito bem o conceito, vá direto ao vídeo e me conte se não é um dos maiores exemplos de dor da perda que você já viu?
A "dor da perda" refere-se à reação emocional negativa que as pessoas experimentam ao perderem algo de valor para elas, seja material ou imaterial. Esse fenômeno está intimamente relacionado ao conceito de aversão à perda na psicologia e na economia comportamental, que sugere que as pessoas sentem a perda de uma maneira mais intensa do que os ganhos equivalentes.
Agora o vídeo!
Falando em perdas…
😮Novo programa social do governo utiliza insights comportamentais
O programa que recebeu o nome de Pé-de-Meia, procura estimular a mobilidade social e incentivar a permanência na escola. Ele concederá uma bolsa mensal de R$ 200 aos alunos pobres do ensino médio, aliviando a pobreza justamente na faixa etária onde ela mais se concentra: entre crianças e adolescentes.
A lógica do Pé-de-Meia está baseada em estudos de finanças comportamentais que indicam que as pessoas, sobretudo as mais jovens, sentem mais quando perdem algo do que quando deixam de ganhar. Por isso, os depósitos na poupança do programa são feitos no início de cada ano. O aluno não ganha um prêmio se concluir os estudos; ao contrário, ele perde algo que já era seu se decidir abandonar.
📚Leitura em destaque
"As únicas coisas que são importantes na vida, são as coisas de que você se lembra". Com essa frase impactante, fui praticamente hipnotizado pelo livro num anúncio que recebi por e-mail.
O livro Why We Remember: Unlocking Memory's Power to Hold on What Matters, do neurocientista pioneiro Charan Ranganath, foi lançado em fevereiro deste ano e passou desapercebido por aqui, mas só até agora.
Dentre os assuntos, o autor explica por que ainda sabemos a letra da música que amos na oitava série, mas não conseguimos lembrar tantas outras coisas que são importantes para nós ou que desejamos com muita intensidade reter na memória, sem sucesso.
Além disso o livro mostra como a memória molda nossa identidade e o que podemos tentar fazer agora para melhorar nossas lembranças.
🏃💨 De saídas
👀Depois da fraude: parece que a história da Francesca Gino não vai ter fim. Agora novas provas e acusações vieram à tona evidenciando que além das fraudes em dados de pesquisas, Gino estaria também envolvida e sendo acusada de plágio. Já pode chamar de novela mexicana? [.htm]
🪂Salva isso: um guia para te ajudar a aplicar Economia Comportamental na sua empresa, na sua consultoria ou quem sabe até mesmo na sua vida. Simples e em formato esquemático, funciona como um guia, então se fosse salvaria e consideraria utilizar nas suas próximas reuniões ou reflexões. [.htm]
⭐Um case: a Kiro, vende refrigerantes que não são refrigerantes - ou pelo menos não do jeito que estamos acostumados a ver por aí. O que chama mesmo a atenção, no entanto, é a estratégia. Ela transformou bancas de jornal em pontos de venda. Os refrigerantes são vendidos em embalagens e formatos iguais aos de cerveja artesanal, mesmo a bebida não sendo alcoólica. “Gourmetizaram” o refrigerante! [.htm]
😶🌫️Vícios invisíveis: muito interessante a abordagem da Psicanalista Simone Demolinari, em uma matéria publicada no jornal Hoje em Dia. Segundo ela, prestamos muita atenção a vícios como drogas, bebidas, uso do celular, mas não reparamos em vícios invisíveis, vale a leitura para conhecer vícios invisíveis e ficar atento! [.htm]
🎁Achados da semana
💥Achado #001
Saindo da geladeira o Ariely, parece que agora engrenou novamente. Ele lançou recentemente um projeto sobre burocracia e tem estado cada vez mais frequente nas redes.