Hashtag Economia Comportamental #136
Um convite inusitado, vídeo novo do Nubank, desaprender é mais difícil que aprender, uma gadget que vai explodir sua cabeça e mostrar o futuro que desejamos para a inteligência artificial.
#Aterrissaram 🛬
🎉Boas-vindas aos novos inscritos: sidneiniederle, andreccarva, arthurfrp2, brunomelo467, andersonsouza_deco, andersonsouzahome, masquino, raoni37, titusmarkets, luizadematosb, Diegoroberto843, luizautran2015, joao.lopes, victor, max.correa, hugoisaacar, patchauabreu, marcelo.mello1, etorebelatto, keityavila2004, natimazzoleni, renatatrin, simonejpa, yonarakarolliny, micheliblopes, gomeseduarda.adv, larfech, pedro_indicca, segregio, caiomagalhaes92, vitorfc13, marcodamiani6924, fgalvao131077, moises, magnoxavier10, geraldolessa2, joaomanoelgomes21, ajteixeira68, khalefv, casaburi2004, karine_soares86, carolbrederode, ale.petillo, e.krauter, f.moreira84 e matheus.pbi.
#Editorial
No início começou devagar, depois foi rápido e então quando percebi já tinha tomado conta do cotidiano.
Se me perguntarem não saberei dizer com se deu tudo isso. Não me lembro de nenhum fato isolado ou de algum evento que pudesse apontar como causa de tudo que aconteceria logo em seguida.
Como de costume, acordei naquele dia com preguiça; resultado de uma noite perdida desperdiçando meu tempo jogando online e negligenciando o sono.
Após me reanimar com a água de um banho demorado, peguei o celular e fui em direção à mesa de café da manhã. Já acomodado na cadeira, desbloqueei o telefone antes de servir o café. Abri o aplicativo de mensagens instantâneas, ignorei a maioria dos grupos e suas bobagens, mas uma mensagem chamou minha atenção.
Era um convite…
Hesitei, bloqueei o celular novamente; servi o café; olhei ao redor procurando algo para me distrair num desejo inconsciente de evitar abrir aquela mensagem que continha o convite.
Pego a caneca, levanto-me da mesa, sigo o roteiro de todas as manhãs como se nada estivesse à espera de uma resposta minha; como se não precisasse de responder o convite. Após alguns segundos de inquietação, retorno à mesa, sento e sirvo mais uma caneca de café.
Desbloqueio novamente o celular, abro o aplicativo, olho a mensagem que em sua prévia de visualização mostra: “CONVITE: GRUPO DE EST…”.
Crio coragem, leio a mensagem.
O convite era para mais um encontro do grupo de discussões de artigos científicos. Olho a data e horário imediatamente; percebo que está em anexo o arquivo em pdf do artigo; o arquivo possui 80 mega bites - é grande.
No calendário do celular, compromissos competem por meu tempo como uma matilha de cães selvagens e famintos compete pela caça. Por alguns instantes engano a mim mesmo que terei energia e tempo suficientes para ler o artigo e me preparar para o encontro.
Encurralado pela pressão dos pares abro novamente o grupo e vejo que muitos confirmaram a presença, agradeceram e festejaram a oportunidade de um encontro para debater o artigo. Tomado pela emoção, impulsividade e pelo desejo de demonstrar que valorizo a oportunidade como dos demais membros do grupo, aceito o convite.
Instantaneamente após aceitar o convite a insegurança toma conta. Faço download do artigo, abro; leio apenas o resumo e guardo numa pasta do computador em que coleciono fracassos em forma de leituras pendentes.
O temido dia chega.
A leitura ainda pendente intimida e logo ao acordar o celular avisa: Evento hoje: grupo de discussão. Me arrumo apressado para o trabalho e sem fome abro o tablet procuro o artigo e começo a ler. Está em inglês, a leitura não rende como deveria, certamente fracassarei novamente.
O dia passou mais rápido, como acontece sempre que temos pendências conflitantes a solucionar e excesso de responsabilidades a cumprir. Chego em casa cansado; faltam apenas duas horas para o grupo de estudos.
Retomo a leitura, rapidamente me rendo ao cansaço e pago o preço em forma de um breve cochilo. Agora falta apenas trinta minutos para o grupo. Penso minhas opções e resolvo pedir ajuda para a inteligência artificial.
Subo o artigo na IA, peço pelo resumo, faço algumas perguntas. Ela responde em segundos. Pergunto sobre diferentes pontos de vista, críticas e contraditórios. Em segundos formo o conhecimento suficiente para entender em linhas gerais o estudo.
Nos cinco minutos que me restam, avalio os resultados, os gráficos e participo do grupo. A inteligência artificial vem assim. No início começou devagar, depois foi rápido e então quando percebi já tinha tomado conta do cotidiano.
🗣️Frase da semana
“A verdade existe, a mentira nós inventamos.’
_____Georges Braque.
#Assista&Reflita
Faz tempo que não assistia uma ideia tão criativa. O vídeo lançado alguns dias atrás pelo Nubank foi um respiro de ar fresco nas iniciativas relacionadas às finanças comportamentais aqui no Brasil.
Muito se fala em educação financeira, muito se investe em tempo e recursos para se treinar as pessoas em finanças quando na verdade, a impulsividade e o descontrole financeiro têm causas sociais mais profundas e complexas do que gostamos de acreditar.
Não que educação seja completamente ineficaz, mas estudos recentes já dão conta de que comportamentos financeiros tem mais relação com personalidade do que propriamente com conhecimento sobre finanças. Imaginem então se fôssemos considerar os contextos em que personalidades se formam?
Nesse cenário, o vídeo do Nubank pode parecer simples, mas, trata o assunto de forma lúdica, invoca emoções fortes sobre consequências da falta de autocontrole, tem o veículo mais adequado à audiência (vídeo) e não tenta evangelizar, passa a mensagem e pronto.
Parabéns aos envolvidos!
🖥️Educar para o comportamento digital
A OCDE encontrou resultados interessantes em um experimento que envolveu mais de mil e oitocentos indivíduos. O objetivo era avaliar se estratégias de educação para o mundo digital poderiam servir para reduzir a disseminação de informações falsas.
O experimento descobriu que os indivíduos que receberam dicas de alfabetização em mídia digital demonstraram, em média, 21% de diminuição nas intenções de compartilhar notícias falsas on-line em comparação com o grupo de controle.
Há uma grande discussão em torno dos reais efeitos da educação como instrumento de mudança comportamental. Isso não quer dizer que tudo relacionado à educação é incapaz de promover mudança de comportamentos.
No experimento da OCDE, vale observar que educar promoveu alguma mudança no comportamento. Se é durável ou por quanto tempo vai durar esse efeito, não sabemos. Sabemos, no entanto, que pode ser um bom primeiro passo.
💡Desaprender é mais difícil que aprender
Desaprender comportamentos pode ser tão difícil como aprender um novo. Isso porque somos apegados às nossas crenças e à autoimagem que construímos de nós mesmos e pela qual lutamos para manter coerente no dia a dia.
Quando somos confrontados com comportamentos, atitudes ou crenças contraditórias, experimentamos uma turbulência mental que não apenas consome nossa energia cognitiva, mas nos conduzem para um estado de negação que não raro evolui para dissonância cognitiva.
E assim, mesmo com informações flagrantemente conflitantes, muitas vezes somos capazes de investir tudo que temos para sustentar nossa posição.
O psicólogo Leon Festinger oferece três explicações sobre porque alguém pode não estar disposto a mudar, mesmo à luz de novas informações conflitantes:
"A mudança pode ser dolorosa ou envolver perdas." Mudar nossas atitudes e ações pode ser difícil, especialmente se elas estiverem profundamente arraigadas.
"O comportamento atual pode ser satisfatório." Pense nos fumantes, que conhecem os efeitos negativos de seus hábitos para a saúde, mas ainda assim sucumbem à satisfação de fumar. Eles relutam em aceitar informações que confirmem os malefícios futuros aos quais estarão expostos se continuarem fumando.
"Fazer a mudança pode simplesmente não ser possível." Mesmo Festinger admite que reações emocionais avassaladoras à mudança às vezes podem não valer a pena.
📚Leitura em destaque
A recomendação da semana é o hype de um livro que acabou de ser lançado no Brasil. Geração Ansiosa já chegou por aqui como Best Seller mundo afora e tem recebido muito atenção da mídia, redes sociais e tudo mais.
Talvez seja um sucesso de vendas porque podemos nos reconhecer nele. Mais do que uma geração de ansiosos, hoje vivemos uma sociedade de ansiosos. Não importa mais quando você nasceu. Se você vive os dias de hoje com uma pessoa inserida na tecnologia, redes sociais e tudo mais de nosso tempo presente…
Sim você também pode ser considerar um membro efetivo da geração de ansiosos.
Boa leitura!
🏃💨 De saídas
🏃Desonestidade: se você está órfão ou conhece alguém que esteja órfão de estudos sobre desonestidade, aqui vai uma dica interessante. O Estudo Behavioral economics and monetary wisdom pode ajudar. Nele os autores testaram o amor ao dinheiro, insatisfação salarial e risco de ser apanhado como preditores à desonestidade e fizeram isso utilizando a Teoria da Perspectiva. Vale demais a leitura. [.htm]
😮💨Ti criticam: Um artigo interessante saiu no Project Syndicate há um ano e de lá para cá pouco mudou em relação à crítica feita. Talvez tenha até mesmo piorado. No artigo de autoria de Antara Haldar ela destaca que: “…a tão necessária revolução epistêmica não se concretizou, devido à resistência dos economistas à mudança.” [.htm]
💎Novo livro do Harari: o queridinho da história e filosofia moderna anunciou um novo livro. Yuval Harari divulgou a novidade na rede social; seu novo livro, Nexus examina como o fluxo de informações definiu o mundo e nossa própria história e como diferentes sociedades e sistemas políticos utilizaram a informação a seu favor para alcançar seus objetivos e estabelecer a ordem — para o bem e para o mal.
📽️Videobook Katy Milkman: a tia Katy não para quieta! Por agora ela esteve envolvida com a gravação do vídeobook do seu livro How to Change. É mais um mercado novo para conteúdo em vídeo, um mercado que tem altíssima demanda de preguiçosos com a leitura. Só espero que os autores não passem a escrever seus livros todos em formato de roteiro. [.htm]
😯Essa IA deu vida aos memes: incrível como as IA´s estão empoderadas rsrsrs. A última que me pegou por aqui, foi essa que deu vida a diversos memes animando as imagens e preenchendo o que faltava em movimento. Impressionante! [.htm]
🎁Achados da semana
💥A IA mais impressionante até agora é um “audio computer”
Explodam suas mentes com esse TED sobre um computador de áudio que além de funcionar como uma IA processando natural language models, ele ainda tem a capacidade de hackear os sons, as falas das pessoas e muito mais. Assista e surte junto comigo.
💥A competição que coloca um ponto final sobre a racionalidade humana
Assista e mantenha a fé na humanidade se for capaz.